THEODORO E Mariana -cartas para sentir a infância
Confesso que quando recebi, de Maria Helena Sleutjes, o
livro “ THEODORO E Mariana -cartas para sentir a infância” , em primeira edição, alegrei-me qual bentevi
fremindo, pipilando num fio elétrico
da rua, com um azul cerúleo por fundo.Fui criança missivista, e a história, que
tem protagonistas duas crianças de oito anos , lembrou minhas próprias
ponderações e narraitvs nessa idade.Quando recebi a Medalha Pero Vaz de caminha
,da FALASP, disse a Thaigo de Menezes, seu presidente, que a alegria era maior
porque a missiva do português a seu rei, fala de nossa terra original- a
primeira carta a descrever a nossa terra e as gentes que habitavam,os
verdadeiros donos.
No livro, a, da autora cita e Claudia Freire Lima, troca,
esse intercâmbio somatório, bem mostra as indagações, sinceridade e ternuras
dessa faixa etária. A ingenuidade e clareza ficam patentes-e lembro-me de
pensar o quão estão as crianças hoje, distanciadas desse prazer de escrever
cartas.Eu trocava as minhas, com tias e tios, primos e primas, colegas, avós,
professoras, pois mudava muito de cidade ou Estado –e aos doze, com o primeiro namoradinho, de
catorze.
Depois do acidente que levou meu marido para outra dimensão,
encontrei em sua agenda séria , clean, de engenheiro, uma carta, um poema.E ,
em sua gaveta, amarradas cm uma fita, todas as cartas que lhe escrevi desde os
tempos de namoro.Ele as respondia por telefone, ou às vezes, um postal de
aeroporto.O grande Fernando Pessoa assinalou que “todas as cartas de amor são
ridículas”.Mas trata-se de uma situação ridícula plena de fantasias e crenças
no outro.São lindas.Mesmo as de términos,acredito, contém uma carga de lições
da vida pessoal .
Sei que já foi feita uma segunda edição, THEODORO E MARIANA –
ampliada com novas cartas-afinal, Teodhoro e Mariana cresceram.
Dessa nova, a imagem.dela, foi dito:” A ZAGODONI EDITORA coloca à disposição
do público em geral, a segunda edição do livro THEODORO E MARINA –
CARTAS PARA SENTIR A INFÂNCIA - que sob a competente coordenação
editorial de Adriano Zago, ganhou qualidade nos detalhes de capa e diagramação de
seu miolo. Houve também mudança nas últimas cartas trocadas pelas
crianças de forma que a história continua, ganhando nova dimensão.”
O livro é lindo, lúdico, quase um livro-objetos, no plural,
com envelopes , fontes manuscritas.A capa
é de Lúcio Sleutjes e Uli Z.Fernandes, Zsuszanna N.Kilian é responsável pela imagem do
miolo.Todos se identificarão com esse registro de fase infantil, em algum momento.As preocupações,
as contestações,a afetividade.Sei que em
todas faixas etárias, haverá leitores para a permuta epistolar de Theodoro e Mariana,
que a gente passa a amar depois de conhecer.
Clevane Pessoa
Escritora, psicóloga.
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